EMPATIA

Na natureza fugaz da vida, nos preocupamos com coisas efêmeras, distraídos da qualidade e das verdades essenciais do ser de ser humano, e estamos todos conectados sob a mesma luz e calor do sol e à beleza fria do brilho da lua, enquanto, deixamos de existir antes de perceber que acabou.

Independentemente do potencial concedido ou limitado pelas circunstâncias do nosso nascimento, em nosso berço inicia a nossa vida, nus e sem noção, em direção aos sentidos e ao saber, que um dia nos capacitarão a prever grandiosas metas que seremos capazes de alcançar.

Aos poucos, o mistério da linguagem acolhe o momento que nos revela o que estamos aprendendo, associando o sujeito às coisas, e destacando o significado à nossa memória como pontos notáveis em nossa formação, nos levando à compreensão de nosso lugar na vida.

Daí, o estranho surge simulando o familiar e convergindo no conhecimento, nos critérios e no amor, gerando o desgosto e o medo que se agarram ao nosso coração. As mudanças aparecem tirando o calor do sol, escurecendo o céu e causando tempestades. Aprendemos o perigo na expressividade bela e poderosa da natureza, que nem sempre estará do nosso lado, nos sintonizando com os nossos sentidos remanescentes.

Na vida, escolhemos o nosso propósito na causa do outro, e vivemos indiretamente através dos ideais e sentimentos de dor e prazer das pessoas. Dessa forma, de muitas maneiras, transformamos nossas limitações no privilégio ou no infortúnio alheio, consentindo na conformação de nosso trajeto, insatisfeitos ou felizes na sombra da nossa privação, muitas vezes, sem reconhecer nossas próprias habilidades e conquistas, frequentemente, agradecendo aos outros pela oportunidade de atingir nosso destino.

Essa é a história de muitas vidas, de objetivos enraizados fora do momento pessoal, consumidos no regozijo, ou, no sofrimento do outro para a distração de sua própria realidade e abafar a sua própria dor.