Vida

As marcas da mão não mentem sobre o tempo, estamos cada dia vivendo uma sensação de que o tempo prossegue mais rápido, no espelho me encontro com um eu cansado, exausto e já tão pouca energia, procuro diante do espelho, uma aparência que satisfaça meu ego. Nostalgia, essa é a palavra que vem me provocando meus pensamentos, para cada rua que ando de meu bairro onde cresci, imagino as casas ainda vivas no passado, parece que ele se tornou um mundo distante, porém... tão próximo de mim. A vida, tão paradoxal me traz a um mar de possibilidades, me traz um monte de certezas que são em maior parte equivocadas. Parecemos viver numa linha que está entre o caos e a harmonia, cada lágrima solta, cada risos jogados ao vento, palavras ditas, cada detalhe nos faz imaginar o quanto somos fortes e ao mesmo tempo frágil. O quanto somos nada e ao mesmo tempo tudo, porque afinal, o mundo é o que sentimos, e até o momento que temos consciência de que estamos vivos, para nós o mundo acaba por existir (outro paradoxo). As marcas que há em meu corpo remete a uma vaga lembrança do que já vivi em algum instante. Olho pra elas algumas vezes que me sinto só. Tão calado e tão só, me reservo dentro de meu consciente, fecho os olhos, vejo o passado, se abro, olho para o meu futuro. No final só me vejo andando em círculos. Um dia feliz, outro dia triste, outro equilibrado, entediado, impaciente, enfim, um dia me torno consequência de minhas escolhas.

É interessante como somos moldados a evoluir de um modo que vamos nos perdendo numa ideia de que precisamos acordar para enfrentar a real, amadurecer, fortalecer, mas me pergunto, qual seria nosso estado de amadurecimento? Responsabilidade? Se for, então será que você está sendo tão responsável quanto imagina com o mundo em sua volta? Com as pessoas que o cercam? Ou apenas a aquilo que você acha valoroso, se for isso, então por que?

Quão profundo você já se mergulhou? E por quanto tempo você se suportou? Acredito que todos nós temos um animal irracional dentro de nós, as nossas constantes iras, ações involuntárias causada pelo estresse demonstram uma certa agressão vinda de nossa mente, é perceptível que esta agressão não causa danos ao outro, mas a si. É uma fera que adoramos soltar de vez em quando. Mas depois nos complicamos.