ORDENAÇÃO
O resumo unificado de eventos que compõem as contradições de uma vida humana, não ressalta o sentimento e a essência da história, apenas apresenta o eu biográfico e a narração sucessiva.
Assim, a composição do nosso eu biográfico, não afirma a pessoa que realmente somos, pois, ao longo da experiência percebemos que a vida é intrinsecamente auto corrigida em quase todos os níveis, e supera as contradições das escolhas humanas.
Como um compromisso com a nossa própria vida inseparável da busca de uma existência humana coerente, é inconcebível viver sem um conceito de importância sobre a nossa história, traços pessoais e talentos para alcançar a perspectiva da sabedoria que envolve a percepção de que não há valor absoluto sobre o lugar onde vivemos.
As questões morais são atribuídas em termos de valor, onde o conceito de importância completa o vazio da falha de “dever ser”, e nos motiva a alcançá-las. Pois, se não cuidarmos de como preenchemos o momento atual em nossa vida, a nossa existência se tornará numa história sem objetivo, atualizada e cheia de eventos inacabados e sem sentido.
Parecemos cada vez menos capacitados em estimar as coisas com as quais deveríamos nos acautelar, para melhorar uma trajetória incontrolável, porque, onde a segurança não é garantida e o otimismo é justificado, a única opção é a esperança.
Possivelmente, existe uma alternativa diferente de ordem superior de perceber a desordem sem renunciar o enfrentamento, identificando a origem do desvario do desalinho que sempre inclui decisões adiadas sobre o que fazer sobre as coisas e os eventos que nos afetam, pois, a procrastinação cria a incerteza e a permanência dos problemas tornando-os subjacentes aos entraves subsequentes.
Buscando a fonte do desmantelo, quase sempre, encontramos parte do desconcerto em nossa mente, que, talvez, esteja com um espaço limitado para processar a nossa própria experiência, por causa das dúvidas, do medo e da inação, pois, tudo deve ser visível, para evitar a ocultação infindável.
Apesar da necessidade de espaço em volta das coisas, para que as percebamos, o temor do vazio preceitua a desorganização em nossas vidas. A mudança pode ser longa, mas a concentração de espírito, não apenas no que parece ser o problema, deve resumir-se aqui e agora, resultando numa grande sensação de liberdade.