DESLOCADOS
Somos uma sociedade em risco, tornando-se cada vez mais insensibilizada com o que é popularmente apresentado na atualidade, buscando uma solução para a agigantada crise nas instituições ocidentais num novo paradigma que resolva e cristalize o esforço em torno desse modelo.
Cada vez mais torna-se latente nos tempos atuais, que uma procura inicial por um modelo útil que possa ser contextualizado no passado e dar sentido ao caos social contemporâneo, e a sensação de desconexão às novas experiências, além de alguns pressupostos ainda não compreendidos que estão chegando e assolando o mundo, nos legando a impressão de estarmos experimentando um declínio filosófico e sistemático, tem provocado tentativas de mudança e a adoção de algum paradigma funcional que preencha o vazio do descrédito religioso, da desatenção aos valores estéticos, da ausência de retidão moral, social e política num esforço para reorientar a sociedade.
Por milhares de anos, a própria história demonstra a desatenção com o significado de ser humano em nossa civilização. Atualmente, manifestações intelectuais observadas nas artes, e investidas ideológicas como o negativismo político idealizando o socialismo nacional denota um ensaio para recapturar e reviver a nostalgia inconsciente pelos tempos remotos quando atos humanos e suas consequências recebiam grandioso reconhecimento e transcendiam as épocas.
Seria a força do poder, o fator decisivo para solucionar o conflito entre diferentes perspectivas e valores, renovando e reposicionando os parâmetros para condicionar a vida democrática quanto aos direitos, oportunidades, a cultura e o bem-estar para facilitar na desconstrução e na reconstrução para que possamos recontar como somos e como éramos?