O SENTIDO
Enquanto a busca pelo sentido adoece o homem, a razão secular sugere que as ilusões, formando significados e compondo um senso de justiça com muitos absurdos e excessos, foram criadas e utilizadas como um meio de controlar a humanidade garantindo a paz e a produtividade, desempenhando, também, um elemento humanizador de aspectos importantes da cultura e da vida, que tornou impraticável desfrutar de uma existência sem sentido.
Todavia, à medida que envelhecemos percebemos a óbvia indiferença do universo à nossa existência, que não podemos nos reconstruir para eliminar a necessidade de renovação de significado à cada transição de estágios em nossa vida, com insinuações de uma ordem das coisas além de nós mesmos, que exige a constante aquisição de conhecimento para lidar com a vontade fútil de transcendência e significado que as nossas experiências causam, ao mesmo tempo resistindo e reprimindo a realidade transcendente da existência.
Supondo, que não há verdade absoluta e disponível, ao mesmo tempo desnecessária e irrelevante atrás de nós para nos opor ao que pensamos ser o mal, nenhuma referência razoável que nos confira o entendimento do que torna uma ação verdadeiramente certa ou errada, ou, uma vida verdadeiramente significativa, a fim de podermos lidar com a nossa necessidade de significado e valorizar a construção de nossa identidade para democratizar a noção de significado para a humanidade, poderíamos, com o surgimento da maturidade, aceitar firmemente a ausência de sentido da vida?