Dos eleitores
Os eleitores do Haddad o defendem. E com unhas e dentes. E não há razão para reprovar-lhes tal postura. Os eleitores do Ciro o defendem. E com unhas e dentes. E não há razão para repreender-lhes tal atitude. Os eleitores do Alckmin o defendem. E com unhas e dentes. E não há razão para lhes reprochar tal conduta. Cada pessoa goza do direito de ir em defesa daquele político em quem deposita, além do voto, um voto de confiança. É o certo. E é compreensível. E nada há a estranhar. E os eleitores do Bolsonaro o defendem da sanha assassina dos opositores dele. E com unhas e dentes. E não há razão para lhes exprobrar tal gesto, pois gozam eles dos mesmos direitos dos quais gozam os eleitores dos oponentes dele. Mas os defensores dos outros candidatos, usando de falácias as mais variadas e de artifícios inúmeros, negam-lhos. Segundo eles, os eleitores do Bolsonaro não o podem defender e Bolsonaro não pode ser defendido por eles. Negam-lhes os direitos que defendem, e com unhas e dentes, a si mesmos e aos seus candidatos. Dentre os instrumentos que empregam em tal atividade, de inegável descompromisso com a liberdade, estão a agressão psicológica, a chantagem emocional e o apelo à amizade.