O SENTIDO

Numa sociedade secularizada, na qual a cultura irreflexiva da vida moderna não fornece mais um quadro de referência amplo para guiar as pessoas a entenderem o significado das coisas, estamos vivendo uma revolução antropológica, onde muitas pessoas vivem sem um senso de propósito numa tentativa de refazer sua natureza humana para tornar mais fácil a existência sem a necessidade do incômodo de outras pessoas e de um motivo maior.

Contudo, ser humano é ser dependente e aceitar a dependência dos outros em nós. Entretanto, a cultura moderna busca a maior liberdade possível tanto da dependência quanto da responsabilidade através do isolamento, o descompromisso, a independência nos relacionamentos pessoais, a insensibilidade social e a autoafirmação contra os outros.

A ausência de compromisso com a vida tem o apelo na promessa irresistível de viver superficialmente sem a preocupação com os outros, as coisas e o significado mais profundo de viver plenamente, contrariando o idealismo do estado de felicidade e harmonia entre os indivíduos, desfigurando as emoções e o sentimento.

Há uma escola de pensamento que considera uma ilusão criada pelo Cristianismo, a necessidade de um sentido na vida, e recomenda a superação dessa necessidade buscando um significado pessoal onde puder e guardá-lo para si mesmo. Esta filosofia gera questões diferenciais entre fiéis convertidos no amor e na esperança e os adeptos da ideologia de imposição do poder.

O significado da vida é o dom de viver! Dentro desta concepção devemos procurar nosso próprio caminho e criar nosso próprio sentido baseado nas distinções que nos tornam seres humanos conscientes, intelectuais e emocionalmente carentes de desígnio, compreensão e amor, pois, o significado não é um traço hereditário.

Como humanos, somos um paradoxo, como a única espécie que atravessa a divisa entre matéria e espírito, e o nosso intelecto vai além dos limites materiais com uma liberdade e imaginações únicas, impondo significado ao mundo.

Mas, qual é a situação humana, e o que tudo isso significa? É uma questão muito profunda que nos remete, inevitavelmente, a uma escolha pessoal sobre o que pensamos que é o bem, em que consiste nossa felicidade e o que cumpre e aperfeiçoa o ser humano, pois, é uma verdade dita, empírica e desconhecida.

Existe um paralelo que devemos considerar noutra possibilidade vindo da filosofia, que pode ser interpretada como inadequada, mas não falsa. Porque, se a resposta correta exige a revelação para entendê-la, será intangível à opinião refletida no senso comum. Contudo, se a resposta certa retém e ultrapassa o que a filosofia afirma, a relação entre as duas respostas não é a de verdadeira, ou a de falsa, pois, existem prelúdios da fé na ordem prática, também.

A origem da imperfeição fragilizou, mas não corrompeu a natureza humana, pois, os principais princípios que orientam a conduta humana são naturalmente conhecidos pelas pessoas, que, possivelmente deve ter sido a razão para Deus não revelar Seus mistérios ao ser humano, que cientes das Leis Naturais, que representam uma base comum para o entendimento compartilhado entre as pessoas de fé e o descrente em questões morais, os homens podem, em princípio, conhecer por si mesmos, pois, Ele é o bem, o bom e a verdade. Demais, ele nos ofertou o Decálogo dos Mandamentos, como guia!

Quando aceitamos o amor, transcendemos a nós mesmos para alguém ou algo superior. Este é o mais importante dos significados!

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 03/02/2019
Reeditado em 15/02/2019
Código do texto: T6566049
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