A MORADA DA VIDA
Acompanhando o presente e a continuidade no tempo, o senso de arbítrio e a recursividade, a consciência, tão óbvia que passa despercebida, através da qual registramos e experimentamos o momento da vida, é o atributo mais central, a unidade subjetiva da essência de ser do Ser.
Se levarmos em conta a nossa habilidade de compreender analogias e distinguir a diferença entre as coisas profundas e as superficiais, dado que a evolução procede de fato, quem sabe num futuro distante poderemos ir além da elucidação da estrutura do DNA usando o mesmo método usado para decifrar o código genético, e descodificar o código neural da consciência e do eu.
A biologia moderna nasceu a partir da solução para o enigma da hereditariedade, que tornou plausível a analogia entre a complementaridade das cadeias moleculares e a completividade dos pais e da prole determinando por que os cães geram cães e não gatos.
Se pensarmos do ponto de vista da relação de semelhança estrutura/função, podemos considerar a possibilidade que haja correlações entre a estrutura cerebral e a função mental, entre os neurônios e a consciência, pois, o cérebro não pode ser apenas tangencialmente relevante para a misteriosa e desconhecida consciência.
As ações voluntárias e da memória, o pensamento e as impressões sensoriais como uma singularidade que nos dota com o sentido do presente aqui e agora é a unidade subjetiva da nossa consciência.
Provavelmente, em alguma área obscura do cérebro compartilhando a estrutura-função dos sentidos, a força que nos anima, é onde está o segredo do lugar onde a Vida vive.