Liberdade?
Liberdade pra mim é gritar e ninguém perguntar "O que aconteceu?".
Liberdade pra mim é sair pra qualquer lugar sem dizer para onde, é passar sem pedir licença e voltar sem dizer que chegou.
Liberdade pra mim é falar sem ninguém ouvir, chorar sem ninguém se preocupar, sofrer sem ninguém notar.
Liberdade pra mim é viver na hora que eu quiser, sem ter a obrigação de viver.
Uma vida livre que exclui a figura do relógio. Me deixa dormir após o sol nascer e me levantar quando o mesmo se pôr.
É sair sem rumo sabendo o caminho de casa, mas decidir se irei ou não voltar.
É deixar a porta aberta sem medo de quem possa entrar, porque não existe um alguém.
Liberdade pra mim pode ser chamada de solidão, mas uma solidão que posso escolher parar ou não.
Solidão pra mim é não conseguir se preencher. O estado no qual a maioria se encontra mesmo na multidão.
Liberdade e solidão aparecem pra mim numa sincronia de suspiros. Uma vez respiro liberdade, outra, solidão. Me permito voar pelos ares e repousar no ninho do qual parti.
Liberdade e solidão são sinônimos quando lhes tiram o conforto e a paz. Te deixam à mercê de si mesma, e você pode ser á pessoa com quem não quer ficar num momento ou outro, mas presa à solidão.
Liberdade é se jogar dum prédio e decidir se abrirá as asas ou não, longe ou perto do chão. Sem ninguém para te convencer que não é uma boa escolha.
Liberdade é ouvir quando quiser, ver quando quiser, falar quando quiser. E o querer é refém da liberdade, da mesma forma que só depende da solidão.
Liberdade é tão má quanto à solidão. Ambas te amarram a si mesma e você tem a falsa sensação de poder escolher. Mas a verdade é que as únicas coisas que você pode escolher, é se prender a si mesma ou se amarrar em outro alguém.