Eu lírico
Eu sou feito um cantinho reservado, não ouse tentar entrar, a não ser que seja convidado. Embora transpareça loucura, nos meus lugares preferidos não se fala nada. Há silêncio e paz, mesmo no caótico centro da cidade. Minha mente pode me levar em qualquer lugar, no momento em que eu quiser, então, não estranhe se eu me desligar por alguns minutos, faz parte de mim, e por considerar uma coisa boa, não pretendo modificá-la. Eu tenho palavras e frases espalhadas em locais estratégicos, de forma que sempre irei vê-las, diariamente. Tenho agendas que nunca olho, CDs que não ouço e livros que ainda não li.
Sempre vivi em uma busca constante de independência. Ir atrás dos sonhos andando, correndo, voando, arrastando, mas sempre ir em frente. Há quem diga que eu tenho que controlar minhas emoções, outros falam que eu controlo até demais. A verdade é que sou um poço de emoções, construído por uma cabeça que aprendeu a ser racional. Emoções e racionalidade dentro de um pote só. Ora cérebro, ora coração.
Cada dia que vivo é um conhecimento a mais sobre mim, descubro novos territórios. Terras desconhecidas, que fazem com que eu me sinta um andarilho dentro de mim. Conhecendo, a cada dia, uma parte minha. Me surpreendendo e vivendo como se o amanhã não existisse e o passado fosse apenas uma referência. Uma vez, eu li que o passado é um farol, não um porto. Desde então, venho tentando me aprimorar no hoje, controlando o máximo que posso dessa ansiedade que me corrói em alguns dias. Venho tentando enxergar o que é bom. Nem sempre eu olho pra mim e gosto do que vejo mas, nesses momentos, prefiro olhar para dentro de mim, novamente, e reconhecer tudo de bom que eu tenho. Reconhecer, reacreditar, reconstruir e reamar, quantas vezes for necessário. A vida caminha é pra frente, avante! Há muito o que percorrer.