Quem quer também?
Vou dar uma jeito de beber mais vinho, dormir até mais tarde, cantar mais em qualquer tom.
Vou achar uma forma de brincar na chuva, mexer na terra, fazer mais brincadeiras.
Quero não ter planejamento, nem desenhar sonhos, nem agendar datas especiais.
Mas quero sim, vivê-los!
Sem hora para a surpresa.
Sem roupas para impressionar.
Sem tinturas para cobrir, ou falas para justificar o que quer que já tenha sido, é ou será.
Quero o gosto do café na tarde sem rodeios, os filmes sem indicação, os livros de descoberta, os beijos espontâneos que traduzem a mais pura e irremediável paixão.
Um dia de um milhão de horas de folga, da mais absoluta ausência de tempo para qualquer coisa.
Quero a viagem e se o destino se fizer no fim dela, maravilha! Tantas fotos belas, virão de qualquer forma!
Quero por fim ao fim do dia, ao começo da noite, ao relógio das regras, ao começo da manhã, a tantas formas que a nada levam.
Quero ser comparativamente louca com todos aqueles que me olham assustados, confusos, irritados, medrosos, acomodados...
Quero a essência, a tradução, a criatividade, a imaginação e os olhos que enxergam além.
Muito tempo ou pouco? Não sei.
Mas enquanto houver, vou brincar mais de viver.