Educação e violência
'Para cada escola construída, um presídio deixa de ser construído' é uma idéia, em outras palavras, comum na propaganda desarmamentista, e outras similares, algumas usando 'giz' e 'arma' (ou 'bala') como símbolos, respectivamente, de educação e violência, indicando que deve o governo investir em educação, e não conceder aos cidadãos o direito legal à posse e ao porte de armas-de-fogo. E no discurso desarmamentista a arma, e não o criminoso que a empunha, sendo o agente da violência, transfere-se a autoria do crime a um objeto, e dá-se o criminoso como alguém que só cometeu o crime porque tinha ele em mãos a arma. Se seguirmos com tal raciocínio, sendo a arma o agente do crime, e não o criminoso, então é o giz o agente da educação, e não o professor. O lema, portanto, de toda pessoa favorável ao desarmamento, vendo, na arma, e não no criminoso, aquele que mata, e ao investimento em educação como um meio para redução da criminalidade, tem de ser este: 'As armas matam; os giz ensinam'. E assim, inocenta-se os criminosos; e pede-se pela demissão de todos os professores.
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Há um lugar-comum que ensina que se se investir em educação, não será necessário se construir presídios. Nas últimas duas décadas, o Brasil investiu, todo ano, bilhões de reais em educação, reduzindo, consideravelmente, o índice de analfabetismo e elevando a quase cem por cento o de escolaridade. Neste mesmo período, negligenciou investimentos nos presídios (muitos deles em ruínas, e superlotados, os presidiários amontoados uns por sobre os outros como porcos no matadouro, e com frequência assustadora e preocupante neles ocorrendo rebeliões, os presidiários se matando como moscas), e os índices de violência elevaram-se enormemente, sendo que os de homicídios cresceram em 100%. O que deu errado? A política 'mais escolas, menos presídios', cujo significado subjacente dá como inútil investimentos em segurança, revelou-se falaciosa, irrealista.
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Na equação que associa o aumento do investimento no sistema educacional com a redução da criminalidade, há alguma incógnita que não está sendo considerada por aqueles que a dão (a equação) como a solução para os problemas brasileiros, pois o Brasil, nas últimas duas décadas, investiu, todo ano, bilhões de reais no sistema educacional, e a criminalidade atingiu índices alarmantes. Sou obrigado a concluir que o sistema educacional brasileiro está falido e que existe para outros fins que não o de educação.
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O excludente de ilicitude não é sinônimo de licença para matar, como dão a entender muitos intelectuais e jornalistas. Os policiais, hoje em dia, têm as mãos atadas. No confronto com os criminosos estão em desvantagem devido à existência de cultura legal favorável aos bandidos.
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Jair Bolsonaro será o melhor presidente que o Brasil já conheceu, se sancionar uma lei que obrigue todos os desarmamentistas e os que pedem pela desmilitarização da polícia a usarem, sempre que saírem à rua, camisa que traga, em duas estampas, uma às costas, uma à frente, os dízeres 'Não tenho armas. Sou desarmamentista. E não chamarei pela polícia. Criminosos, assaltem-me à vontade. Não se acanhem.', e a fixarem, no muro de suas residências, uma placa, com os dízeres: 'Senhores criminosos, o proprietário desta casa não tem armas e não confia na polícia'.
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É urgente, no Brasil, se construir presídios, e de segurança máxima, e se investir num aparato policial mais eficiente e rigoroso do que o existente, e se conceder aos policiais mais liberdade de ação. Os efeitos serão imediatos: redução da criminalidade e aumento da segurança. Negligenciar investimentos na área de segurança pública, para se atender a um discurso falacioso, mentiroso (o de que, investindo-se em educação, e não em segurança, irá se reduzir os índices de criminalidade), é assinar um atestado de estupidez. Se positivos, os resultados de investimentos em educação levam tempo, duas, três décadas, enquanto os de em segurança são imediatos.
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Os desarmamentistas, na sua visão ideológica de matriz socialista, coletivista, estatista, têm nas pessoas criaturas irresponsáveis, descompromissadas, individualistas (sinônimo de egoístas), irracionais; o Estado, portanto, têm de governá-las com mãos de ferro. É o Estado o tutor de eternos jovens imaturos, inconsequentes.
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Dentre os desarmamentistas, há os que se põem num plano moral e intelectual superior às pessoas em geral. Se dão como as únicas criaturas do universo que sabem o que é bom para os seres humanos: a submissão de todos ao Estado. E há os hipócritas endinheirados, ou endinheirados hipócritas, que, discursando em favor do desarmamento, cercam-se de seguranças fortemente armados e financiam um aparato de segurança particular que se rivaliza com os de chefes de Estado.