Sim, eu sou um sertanejo.
Sim, eu sou um homem dos sertoes!
Nasci e cresci tendo o campo aberto marcado pelos ouricurizeiros, pelos dendezeiros, permeado pelos calumbizeiros e mandacarus. Já dormi ao ar livre tendo o céu por cobertor, as folhas dos cavaleiros como teto e as estrelas como proteção; e além disso tudo, criei os meus filhos e filhas me acompanhando em acampamentos quando saímos de férias, tanto na praia como nas matas, a dormir em barracas iluminadas por luz de lampião e tendo a noite regada a conversas ao pé da fogueira, em uns momentos assando castanhas, em outros um peixe pescado ao mar.
Ainda hoje, aqui em casa, mantenho como uma espécie de amuleto no quintal uma barraca pronta para as noites quentes e para os momentos em que quero pegar um livro e ler, ou para simplesmente pensar em sintonia com as energias emanadas pela mãe terra.
Enfim, minha alma nômade não se deixou subjugar pelo concreto civilizacional.