O ser
Pois, eu sou isso.
Ora! Sim, senhor!
Esse amontoado de palavras soltas,
Mas também a tentativa para ligar elas entre si, assim explicando o meu ser.
Pode ser complexo, um desafio.
Até para mim mesma.
Principalmente para mim mesma.
Sou dotada de várias interpretações.
De páginas rasgadas, lágrimas prateadas, e sorrisos de quem tem o coração aquecido.
Tudo pode estar no texto, mas talvez você tenha que desvendar.
Talvez a pequena palavra no canto do rodapé seja a chave para você entender.
Ou quem sabe seja apenas uma sentença que esqueci de juntar na caixa de guardar.
Quem saberá realmente?
Estou sempre a procura da linha dourada, que une minhas belas pérolas, em mares revoltosos e florestas tranquilas.
Vou tecendo seu fio, cantando uma música para o vento, e assim ele desfia e une, encaixa e dá significado.
E esse meu corpo deixa de ser, e passa a ter tatuado nas suas formas etéreas tudo aquilo que ficou, tudo aquilo que passou.
E o vento não para de soprar, bordando em mim novas linhas de futuro-madrepérola.
Novas linhas de palavras contando suas histórias.