O mundo dos "eus" sozinhos
O ser que não se relaciona é um ser falido... seco e sem sentido. Porque o sentido de si mesmo é algo ridiculamente pequeno para se bastar. Não fomos colocados próximos para que tentássemos fugir uns dos outros, mas para que nos juntássemos mais. Não fomos feitos para nos bastar... e é preciso um pouco de humildade para entender e aceitar que sozinhos somos realmente fracos. Não somos, sozinhos, suficientes para suportar o peso de existir... nem isso nos foi pedido. Mas nós insistimos em fugir dos outros e nos esconder em nós mesmos, esquecendo que somos pequenos demais para sermos abrigo e abrigado ao mesmo tempo. E bradamos aos quatro ventos que somos livres, como se a liberdade (essa palavra vazia de sentido que todos repetem como papagaios) fosse a mais alta das qualidades do ser. Mas que liberdade é essa que nos deixa desamparados no vão do abismo, caindo sem cessar? Que palavra é essa que nos endurece e nos separa sem nada deixar no lugar? Será mesmo tão divina essa liberdade que não divide espaço com o amor e, para se instalar, precisa matá-lo? O amor não morre, não nasce... ele é! Mas e nós?