AGORA
Em plena idade da cultura da pesquisa, em que a singularidade da esperança moderna intenciona despertar um espírito sintético superior à mente humana, uma época prolifica de oxímoros, em que a moralidade religiosa age da cintura para baixo fazendo com que as pessoas elogiem alguns comportamentos e condene os outros, e o livre arbítrio está sumindo sob o pretexto da insanidade mental buscando descaracterizar atos crueis e bizarros, onde a banalidade do mal é acompanhada pelo altruísmo do heroísmo.
Um momento em que ser politicamente correto força o individuo a caminhar sobre a tênue linha da possibilidade de fazer e refazer a imagem de alguém entrar literalmente em colapso
É, também, o aspecto mais óbvio e universal sobre a realidade, como nós a experimentamos, e provavelmente o espaço mais útil para quem quer perscrutar o florescimento do pensamento humano que abre portas para reflexão sobre futuros conhecimentos, ao mesmo tempo, afirmar que o que é real é apenas o que é real no momento numa sucessão de agoras.
Eventualmente, como o paradoxo de agora ou nunca, além de não durarem muito tempo, os momentos são as únicas coisas que teremos. Demais, no outono da vida, nos lembraremos de nossa existência como apenas uma sequência de momentos.