Em suas crônicas na década de 70 para o Jornal do Brasil Clarisse Lispector dizia que não considerava-se uma intelectual "porque tinha lido muito pouco os clássicos". Nelson Rodrigues confessara, outrossim, que seus livros e peças surgiam do que ele ouvia apenas nos transportes públicos e das ruas. Sei que poucos dão valor para a literatura brasileira, mas eu, particularmente, acho a existência dessas pessoas um milagre providencial para a nossa tão sofrida cultura dos trópicos.