O MITO

O mito fala alto, o mito fala grosso, o mito faz promessa.

O mito é a favor da vida e da família, defende a arma para todo cidadão de bem. O mito é contra o aborto. O mito é o conservador.

O mito é a favor da meritocracia, o mito é contra a corrupção.

O mito quer a diminuição da maioridade penal, porque bandidinho de 12 anos não tem mesmo solução.

O mito quer a polícia nas ruas, e quer que quando for necessário a matança seja geral. E que depois desse episódio todo, não acusem de assassina a bondosa, santa e distinta instituição policial.

O mito quer a polícia no morro, impondo a força com os fuzis. Pois no morro como sabemos, só tem bandidos e imbecis. E se morrer um ou dois inocentes, não tem problema, foi por um bem maior. Foi para livrar-nos do comunismo, do socialismo e da Ursal.

O que importa mesmo para o mito é a família tradicional. E é por isso mesmo que no século XXI ele se declara contra toda relação antinatural.

Sendo contra os sodomitas e os depravados, pois vamos ser bem sinceros: quem pode ser a favor de viado?

É direito de todo empresário pagar menos para a mulher, está na base da livre iniciativa, e quem mandou ela engravidar? O mito quer privatizar e diz que nossa vida vai melhorar. Nas escolas vão ter censores para colocar ordem nos professores.

Com muita sorte no seu governo, trabalhador não terá vez. Não tem greve, nem mobilização. E a lei trabalhista? Era uma vez!

Só terá vez no seu governo aqueles que fecharem com os seus preceitos. Ele fará uma revisão no próprio conceito de direito.

Por isso eu digo meus colegas o mito é mesmo a solução, para a volta dos princípios e contra toda doutrinação. Por que esse negócio de liberdade sempre foi e será mesmo subversão. É preciso amar e cuidar dos valores da nação, e dar arma para criancinha parece ser mesmo a solução.

O mito tem um monte de projetos na economia, saúde e educação. Só não vai dizer agora, pois tem ministros para tal missão.

O mito é mesmo a salvação para a nossa democracia, e daí vai se tornar efetiva cada vez mais a nossa cidadania. E pouca importa se perdemos nossa liberdade e os nossos direitos. O que importa é a família, amor a pátria e Deus no peito.