Tenho vontade de fugir quando olho teu mundo
tão sem cor,tão sem graça,paredes frias,mofadas
fico pensando comigo, como alguém vive assim
sem sol, sem risco, sem sorriso, sem aventura?
Onde estão os trapezistas, as coristas, os poetas
trazendo o colorido do imprevisto e  entusiasmo?
Onde está em mim o cemiterio dos sonhos natimortos
infrutificaveis que  nem chegaram a nascer, 
condenados pela desesperança bipolar, insegura, 
rendendo-se a covardia por  medo da luz...ausente.

De batalhas em batalhas, derrotada pela mente
pelas crenças limitantes, errantes
vence o desamor a si mesmo, ente doente... 
É preciso ter compaixão e conversar com as sombras,
dar voz ao sofrimento e as feridas emergentes,
é preciso ter coragem para descer  no Hades,
resgatar a parte de si que tombou mas não morreu
e vive a vagar vomitando a dor que reverbera 
e esconde a face do sol, que teima em brilhar,
apesar das trevas, das quedas e descaminhos...

 
Mariangela Barreto
Enviado por Mariangela Barreto em 05/08/2018
Reeditado em 05/08/2018
Código do texto: T6409772
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