Curitiba, 21 de junho de 2018.

Hoje senti um aperto no peito, esperei o silêncio me fazer companhia e chorei bem baixinho, como tenho feito em tantas outras noites em que eu não vejo saída.
Abracei um monte de cobertores imaginando que seu peito seria um lugar mais confortável para minha cabeça chorosa se reclinar, fechei os olhos e fiz de conta que a distância não existe e que seu corpo me cobre, me aquece, me consola e nada interrompe esse momento puro e pleno.
Às vezes esse frio na barriga me assusta, no bom sentido. Fazia tanto tempo que eu não o sentia que ainda preciso me acostumar com a cardume colorido que desabrocha em tempos onde não importa qual seja a estação, parece sempre inverno.
Não posso prometer pelo futuro que nem sequer me pertence. Posso dizer hoje, com os olhos úmidos e lavados pelo orgulho que, sim, você é importante para mim e que seu nome está nas minhas preces.
Por hoje eu te amo e o hoje é tudo que tenho. O dia e a noite. O que cada dia faz comigo. Um punhado de você.
Não adianta correr o mundo em busca de esquecer se é em meu coração que você decidiu viver. E eu espero que a cada dia o infinito mais bonito se desenhe em meu corpo, em minha alma, no meu verso que nem corre o mundo, mas me liberta porque enquanto escrevo, construo a memória de um sonho, de um instante, reconstruo meu mundinho.
Choro porque queria te oferecer os versos mais bonitos do mundo, mas então me recordo de que embora não sejam permeados de palavras rebuscadas e rimas calculadas, em cada palavra empreguei sentimento, desenhei você, então como podem não ser especiais?
Esses versos eu só vendo por um milhão de beijos, com a condição de que sejam os seus. Eles são seus, só seus. Eles são a representação do meu eu mais profundo nesta noite e em tantas outras que me faltam palavras e a inspiração desaparece, portanto quando o choro lava minha alma, o resultado é esse...
O amor que transborda...
O amor que mudou a minha história...
O amor que nunca vai morrer porque não importa os caminhos para os quais a vida nos levar, sempre haverá de ser.
E esse ser é mais forte do que meu entendimento a respeito.
É apenas ser.
E deixar as reticências como sinal do meu mais profundo querer que elas se multipliquem e desenhem o infinito no ar, sem mais nem menos pompa.
De alma para alma.
Chora então, coração! Não há vergonha alguma em amar!
Um coração que se permite amar depois de tanta dor é digno e capaz de inspirar outros corações cansados de se machucar...
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 21/07/2018
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