PLASTICIDADE
Desde que nos tornamos conscientes do Tempo, o dividimos em unidades minúsculas nos iludindo ao pensar que é ilimitado, afim de adiar o inevitável buscando maneiras de prolongá-lo.
Enquanto a ciência precipita-se no encalço de reparar partes falhas, comumente através de tratamentos químicos, tratando-as com intervenções cirúrgicas e substituindo-as com aparatos mecânicos, todo o esforço e ocupação humana é motivado pelo medo do desfecho de nossa caminhada de via única, que nos reserva o envelhecimento, a doença e a morte, perdendo o foco do quadro geral, pela inaceitação das razões que motivam o questionamento, pois, os avanços alcançados não somente conterão seu impulso original, mas o tornarão explícito, transcendendo seu próprio ímpeto e tornando insignificantes as necessidades expressas.
À proporção que a tecnologia avança, se modifica para uma condição mais orgânica. Estamos deixando um período de tecnologias a partir de uma sucessão de causas de artefatos de forma fixa e ingressando num período de métodos técnicos metabólicos e auto-reorganizadores, por conseguinte, mais "biológico", que são aproveitados e cooptados como tecnologias entrelaçando a biologia e a tecnologia.
Avanços tecnológicos usados para o aprimoramento do corpo alimentando a indústria da beleza, na correção de traumas, imperfeições, mudanças naturais, defeitos e no melhoramento pelas próteses e a robótica, irão incidir na melhoria de nossa capacidade de experimentar empatia pela alteração artificial, levando em conta, que a forma como nos sentimos em relação ao nosso corpo não é reconhecida na maneira como pensamos sobre o corpo, cultivando a fantasia de progresso tecnológico sistêmico para lidar com a forma de nossos corpos, numa fixação que causará indistinção nas bases emocionais e psicológicas das pessoas.