O Valor do Amor

O amor é universal, todos querem um amor, ter amor, sentir amor, fazer amor. É provável porém que as pessoas se esqueceram da definição real de amor em seu sentido mais profundo, talvez para muitos nem faça mais sentido encontrar uma definição real do amor. Por certo, esse conceito se tornou vítima do relativismo que perpassa na sociedade.

Quem pode dizer o que é amor, se amor para mim é uma coisa e para você amor é outra?

Querer, ter, sentir, fazer, são verbos sinestésicos do amor. No discurso do amor o importante é estar bem, no ambiente do amor só cabe a dimensão do prazer, por vezes momentâneo. Na prática do amor, desconsideram-se as relações reais de pessoas problemáticas que além de receberem precisam dar amor. Porém compramos a ideia de que se choramos ou entristecemos é porque não é amor, ou não temos, ou não sentimos, ou ainda não fazemos amor.

Não sei em qual momento da cultura o conceito do amor foi subvertido, mas sei que aos poucos o amor tem sido diminuído. Hoje em dia o amor não prevê paciência, bondade, mas passa por inveja, vanglória e orgulho. Em nome do amor as pessoas maltratam, buscam os seus próprios interesses, se irritam facilmente e guardam muito rancor. Por amor a injustiça sobrevive e quando há verdade há tristeza. O conceito de amor se tornou antagônico ao sofrimento, desacreditado, intolerante e insuportável, e para muitos o amor já acabou.

Quem não viu histórias como essas em filmes, séries e novelas? Quem não sabe uma música que promove estes desvalores? Quem não leu um “bom” romance onde se valoriza a traição? Quem não já viveu algo parecido?

Nós aprendemos a conviver com a desconstrução dos valores do amor, do significado real, da dinâmica relacional entre as pessoas da família, entre os casais, pais e filhos. Estão nos ensinando a ser intolerantes, como se na construção da vida não tivéssemos que exercer amor em circunstâncias adversas. Porém as feridas são curadas pelos que feriram, porque o amor assume responsabilidades que independem apenas dos sentimentos, mas que também valorizam as escolhas.

Que o amor seja desromantizado é volte a ser um conceito praticado, para que nossas famílias sejam fortes e saudáveis, para que as nossas crianças se tornem adultos respeitáveis, para que os exemplos dos pais sejam os valores que delimitam e batam de frente com as definições forjadas de belas cenas, letras e músicas de uma grande indústria corrompida.

O amor precisa sim ser paciente quando necessário, bondoso o tempo todo, não invejoso, não orgulhoso. A pessoa que ama procura não maltratar nem se irar facilmente, não busca satisfazer os próprios interesses, mas o interesses do amor salutar, não guarda ressentimentos, nem se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. No amor as pessoas podem até sofrer, mas também creem que o amor também cura, esperam que o amor prevaleça e que com amor há suporte de uns para com os outros, dedicação e cuidado. Porque o amor jamais acaba, porque o amor é eterno, porque Deus é amor.

por Willian C. Martins

Referências

Bíblia Sagrada 1 Coríntios 13