O MEIO DO CAMINHO
Uma infância belíssima!
Uma adolescência cheia de atividades e sonhos.
Uma juventude dentro dos livros e das pesquisas.
Sempre vivi pensando em sonhos, buscando ideais, estudando caminhos.
Nunca pensei em idade, em envelhecer.
Nunca pensei no futuro da vida em si e sobre a morte então… Pois, por ser inevitável, penso ser uma perda de tempo ficar indagando.
Sempre procurei aproveitar o momento concedido.
Nunca me preocupei com o que a sociedade pensa, uma vez que ela sempre quer um mundo sempre jovem.
Sempre fui amante dos momentos e não do tempo. O tempo inferniza a vida da gente.
Até pensei em pintar os cabelos quando esses branqueassem. Acho que eles detestam pintura e ficaram ranzinzas comigo, pois até hoje não branquearam.
E quando branquearem serão bem vindos!
Outro dia um amigo meu me disse que ele tem mais passado do que futuro.
Fiquei pensando! Nossa, não é que estou no meio dessa história tambem! E olha que tenho outro tanto pela frente se nada interferir!
Percebo que hoje sei mais do que qualquer outro momento da minha vida. Quantas palestras já ministrei, quantas reflexões já fiz. E fico imaginando… se fosse hoje seria tudo diferente! Com certeza, seria muito melhor, muito mais humano e muito mais vida.
Na melhor idade, como muitos dizem, tenho certeza que nunca chegarei, pois a melhor idade para mim é aquela que vivi na minha infância e juventude e que hoje vivo a mais profunda de todas as outras etapas. E mais bela!
Tenho muitas experiências vividas e que me dão estruturas para as novas experiências que vão surgindo. E ao mesmo tempo, tem momentos que minhas ações mais parecem de um menino.
Observo que sou mais amoroso, mais responsável, mais concentrado, faço silêncio com mais facilidade, reflito com mais razão. E até os estresses são mais calculados.
Uma fase em que não me considero velho e nem jovem, mas com a idade perfeita para ter um olhar de trezentos e sessenta graus sobre a vida e as coisas da vida. Uma mente entusiasta e astuta, crente e incrédula, amorosa e racional, lógica e paradoxal.
Acho que é isso que me faz amadurecer sem envelhecer.
E faz a minha vida ter sentido.
Ser cinquentão pareceu-me bom demais!
É isso aí!
Acácio Nunes