O dedicar do arriscar

Eu não sou a mulher dos seus sonhos.

Eu não sei adivinhar as músicas que você me toca no violão.

Eu não sei contar histórias como você conta.

Eu não sei a maioria das suas referências.

Eu não sei escrever de forma decente.

Eu não sei cozinhar coisas gostosas.

Eu não sei quem é Afonso Padilha.

Eu não sei o que falar quando você me conta algo profundo.

Eu não sei se você realmente precisa dos conselhos que te dou.

Eu não sei como é que você acha nós dois parecidos.

Nós não ouvimos as mesmas coisas, algumas sim.

Nós não temos as mesmas vivências, algumas poucas talvez.

Nós não sabemos o que queremos com muitas coisas na nossa vida.

Mas uma coisa eu tenho certeza.

Eu poderia ser a mulher dos seus sonhos.

Eu quero adivinhar as músicas que você me toca.

Eu quero contar suas, nossas histórias, com você.

Tenho certeza de que estou me empenhando ao máximo para construir qualquer coisa.

Pode também não ser o amor certo pra você.

Mas isso são coisas que a gente descobre com o tempo.

O que importa é que eu estou tentando.

Eu posso não saber o que quero, mas eu faço muito bem qualquer coisa que me aparece

Eu me dedico.

Eu me arrisco.

Talvez semana que vem eu me dedique a outro. Talvez eu já esteja.

Talvez nós dois tenhamos errado demais em fazer algo maníaco, afobado. Ou não.

Talvez só não tenhamos dado certo e astrologia seja uma baboseira.

Eu só espero que o que quer que saia daqui, seja uma lição pras nossas vidas. No mínimo, o peso de não ter tentado, eu não levo em minhas costas.

Tamara Falcomer
Enviado por Tamara Falcomer em 18/06/2018
Reeditado em 25/06/2018
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