O TOQUE DE RECOLHER AS PALAVRAS
A epidemia de hipocrisia, mentiras e trapaças que contaminou o discurso público em diversos domínios, é demonstrada pelas regras morais normativas e políticas de direito que delimitam a liberdade de expressão.
Sempre que uma palavra é proibida e removida da expressão cotidiana, um tijolo é retirado da fundação da democracia, com a sociedade mostrando sua inaptidão diante de um problema concreto, tornando claro sua incompetência, a hipocrisia e a asnice de seus cidadãos que louvam quem fala certo, mas é falso, e debocham de quem fala errado, mas é legítimo.
Comumente, o indivíduo é criticado e, às vezes, condenado por uma palavra que é tomada injustamente fora de contexto, mas, que reflete, de uma forma convincente e encapsulada, uma verdade subjacente sobre essa pessoa em seu direito de falar o que pensa.
A espécie humana é única em sua habilidade de usar as comunicações para difundir a aprendizagem. Entretanto, a generalização e abstração da palavra, disponível como um elemento cognitivo usado como um componente fundamental no pensamento e no debate para analisar isoladamente um aspecto da comunicação de ideias, tornou-se proibido no diálogo corriqueiro, pois, a acomodação incessante da simulação continua no isolamento da perspectiva burguesa do vazio ideológico, nutrindo nossa correção política anti-hereditária até o amargo fim do diálogo inteligente.
É necessário repensar conscientemente sobre ser politicamente correto, pois, não passa de uma convenção social sancionada, teatral e tirânica, com boas maneiras, com recompensa social, financeira e política, sacrificando com culpa a narrativa, que exige ter que pedir desculpas por sua opinião e demonstrar uma conversão encenada.