Casos de universitários
Do seu K, Kon amor.
Até hoje eu ainda escuto o seu “K” ecoando em meus ouvidos.
Tardes regadas a vinho, brindes a sortes quase impossíveis, e a cafonice da música brasileira tocando no fundo. Quem consegue resistir a isso?
Uma coisa eu nunca consegui te falar... eu nunca seria o homem certo para você.
Algumas pessoas estão presos em seus corpos para sempre, outros estão apenas de passagem. Indo e vindo. Mudando de pele como bicho trocando de pelo.
E naquela época, o meu corpo estava apenas de férias, curtindo o verão com uma pessoa culta, agradável, amiga.
Às vezes o desejo nos prega peças e como um bom ator que sou, preciso encenar bem, porém isso não significa que fui falso a cada carinho trocado, a cada fala dita.
A verdade é que é quase impossível uma pessoa resistir a você.
A sua gargalhada tímida e cínica ao mesmo tempo. Seu perfume. A leveza dos seus movimentos, seja fora ou num cômodo. Você sabe como encantar as pessoas ao seu redor com a sua bondade, seus ouvidos sempre disponíveis para nos ouvir, e eu obviamente não estava vestindo o escudo correto para me proteger de você. Então eu fui pego.
Mas lá, no fundo, você também sabia que eu iria partir a qualquer momento.
Como um viajante curioso que sou, atrevido, prepotente, precisei pegar minha mochila e seguir viagem outra vez.
Entretanto, nunca duvide. Minha ausência nunca foi falta de empatia. Meu sumiço não foi por sua causa e sim por minha causa.
Algumas pessoas acordam para a vida, eu precisei acordar para a realidade, e nela nós não conseguiríamos nos manter de pé.
E assim, segui meu caminho, algumas vezes cochilando, noutras espreguiçando, sempre escutando os ecos do seu “K” insistentemente a me chamar.
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