QUEM E O QUE ESTÁ DENTRO DE NÓS?
Nossa habilidade de investigar a natureza da natureza e realizar feitos nas artes, ciência, matemática e tecnologia, conquistas que nos diferenciam uns dos outros em menor ou maior grau, nos faz ponderar quem e o que somos nós em nós mesmos.
Nossa cognição consciente de nossa capacidade de pensar e a consequência comportamental evidente em nossa habilidade de fazer acontecer busca avaliar a possibilidade do alcance de nosso cérebro, que não é um sistema formal de regras e símbolos, entender a si mesmo, nos remetendo ao paradoxo cognitivo sobre os recursos mentais que são fornecidos pelo nosso cérebro na esperança da existência da possibilidade de um elemento de simplicidade nos possibilitar compreendê-lo, o que seria contingente de suficiente complexidade do mesmo, para que possamos compreendê-lo e descobrir as verdades inacessíveis à demonstração formal.
Apesar de a estrutura do nosso sistema nervoso limitar os pensamentos que concebemos, elaborado pela evolução e munidos de cultura, somos conscientes de nosso potencial de reunir diferentes representações mentais por meio de relações de semelhança e unir exibições passadas em novas exposições, originando novos conceitos matemáticos que acrescem a faculdade de perceptividade do nosso cérebro, nos capacitando a manipular símbolos, um sentido numérico e uma intuição do espaço, sugerindo uma adaptação de nosso cérebro à estrutura do mundo físico, o que não garante a suficiência para o cérebro se entender.
Alguns acreditam que o conhecimento humano é inato. Outros, que existia antes do nascimento. Ainda, acreditam que apenas o processo, e não o conteúdo poderia fazer parte de nossa composição nativa.
A ciência da estrutura da consciência, psicólogos e filósofos, supõe que todos os processos mentais são universais, nativos e inalteráveis, o que pode ser contradito, pois, os processos cognitivos são historicamente enraizados, diferenciados pela cultura e alteráveis pela educação.
Todavia, é possível, que somente a capacidade de aprendizagem e maneiras inferenciais, como normas dedutivas e a combinação para indução e análise causal sejam nativos.
Contudo, devemos perguntar o quão tradicionalmente afastado estamos das estruturas básicas do conhecimento e procedimentos inferenciais das diferenças entre outras pessoas e o que pode ser compartilhado ou, até mesmo congênito, e o que podemos mudar.
É uma necessidade inerente saber quem somos, para entender o que queremos, pois, não somos meramente um nome, um tipo físico, um gênero, uma idade ou um modelo social. Somos tudo o que pensamos, aprendemos, testemunhamos, fazemos, lemos, as músicas que apreciamos, o que ingerimos, ou de onde somos. Somos a totalidade do sentido íntimo desconhecido, independente e autônomo que habita nosso corpo e interage em sincronia intermediadora com o mundo ao nosso redor.
Nossa vida é composta pelo que ocorre conosco e como reagimos a isso, e o que conseguimos internamente, que muda nossa realidade exterior. E para tornar isso possível, precisamos descartar o que fingimos ser, sabendo usar o que temos.