CLAMOR EMUDECIDO
Quando olho as fotos das pessoas vítimas da guerra e da fome, percebo que elas vão se descaracterizando, perdendo sua identidade, sua individualidade. Tornam-se tão iguais de um mesmo desastre que não se pode mais distinguir homens de mulheres, crianças de adultos. E aí me pergunto se também é possível confundir os bons dos maus, será que é possível haver diferenças em tamanha dor? O que se vê neles não é uma dor individual, mas sim uma dor coletiva, não é apenas seu corpo e de seus entes queridos que estão sendo mutilados, mas sim toda a humanidade. E quanto a isso infelizmente não há esperança de pedido de socorro, pois, não há destinatários para esse clamor já que todos somos vítimas.