CLAMOR EMUDECIDO

Quando olho as fotos das pessoas vítimas da guerra e da fome, percebo que elas vão se descaracterizando, perdendo sua identidade, sua individualidade. Tornam-se tão iguais de um mesmo desastre que não se pode mais distinguir homens de mulheres, crianças de adultos. E aí me pergunto se também é possível confundir os bons dos maus, será que é possível haver diferenças em tamanha dor? O que se vê neles não é uma dor individual, mas sim uma dor coletiva, não é apenas seu corpo e de seus entes queridos que estão sendo mutilados, mas sim toda a humanidade. E quanto a isso infelizmente não há esperança de pedido de socorro, pois, não há destinatários para esse clamor já que todos somos vítimas.

Daniela Alarcon Vargas
Enviado por Daniela Alarcon Vargas em 10/04/2018
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