O BODE REI
Da nascente surge o sol, o mensageiro, sem pecados, incansável da manhã,anunciando um novo dia.
Na câmara sentam aqueles que concordam no amor, sem discordância que traga prejuízo, ricos e pobres, importantes e simples com as mesmas necessidades supremas e a convicção no valor da verdade na Lei. Presentes, também, os ímpios promotores da perpetuação da injustiça.
No piso superior, à frente de todos, o juiz investido de autoridade pública com o poder-dever, responsável por personificar a Justiça, ou, apresentá-la cega movida pela integridade inflexível com a clareza moldando seus movimentos e a equidade delimitando suas determinações, assim, desafiando a tirania do precedente e promovendo a honestidade, a integridade, a liberdade, a paz, a verdade e o senso da soberania da ação que fez e governou a vida.
No banco dos réus está sentado o Impune, influente, quase intocável, interessado em empurrar mais fundo seu desespero ideológico e sua ganância por dividendos, seus atos conhecidos, os danos apreciados e a impunidade à sua parceria, ciente de seu domínio e confiante no desfecho, até então, esperado desta nação, um país sem centro de maestria, de teologias decadentes e espíritos sem rumo, pensamentos questionando e duvidando e corações ávidos por justiça neste velho mundo rojado através de inúmeros períodos e fases de progresso e falhas, o lar da humanidade.
É preciso buscar uma maneira de evidenciar e contradizer as figuras consagradas com impunidade, para melhorar, mesmo lentamente, a sociedade, num momento repleto de perigo, em plena era de liberdade em grande parte falsificada, com a irracionalidade à mostra na ânsia por status destacado daqueles que enricam, comem e procriam com impunidade, em desfavor àqueles que convivem com a privação relativa, desavantajados de recursos e oportunidades de outra pessoa ou grupo social.