RESISTÊNCIA

É aparente, que em todos os aspectos da atividade humana, a tendência ocorre em favor da sistematização das ideias existentes.

Não é incomum notarmos, que, enquanto buscamos adquirir mais conhecimento, aumentar nossa inteligência e evoluir financeiramente, simultaneamente corremos o risco de reduzir nossa carência inerente de vínculo social.

É possível, que o nosso sistema nervoso evolua para a insensibilidade quanto às particularidades dos relacionamentos sócio afetivos, tornando-se alheio ao princípio da autocorreção aplicável à amizade, ao amor, a compaixão e a capacidade intelectual?

O amor desponta na paz da compreensão, pois, sem sossego, o amor não é mais que um disfarce para nossa insegurança, juízo e afetos egoístas.

Nosso cérebro, é o mediador das informações que percebemos através dos nossos sentidos, moldando os dados que refletem as atividades mentais comuns e excepcionais de acolhimento, percepção, lembrança, sentimento e raciocínio que moldam a estrutura da nossa compreensão e atuação no mundo material e social.

Contudo, às vezes, quando estamos seguindo numa determinada direção, a melhoria pode significar voltar atrás em nossa maneira de conceber nossa caminhada, pois, é possível, que ao adquirirmos novos conceitos substituindo os antigos, causemos mudanças importunas no conjunto de intuições que são inerentes em nós e definem nossos preconceitos com respeito, não somente às coisas importantes e de menor valia, mas refletem nossa experiência cotidiana, resistindo à transformação de perspectiva imposta a nossas intuições profundas, exigindo um revestimento de nosso pensamento básico no que se refere ao significado de que há uma única causa anterior para um evento.

Talvez, seja apenas uma concepção mal fundada, quando não estamos preparados para mudanças que ajustem o efeito a sua causa.

Muitas vezes uma certa ação que parece estar progredindo favoravelmente, sofre uma inesperada mudança de curso, e a explicação da falha que desencadeou o evento e precipitou a distorção em si não é compreendida. Contudo, se pararmos para analisar intrinsecamente passo a passo o trajeto do movimento inicial, podemos perceber que as condições que precipitaram o infortúnio já estavam incorporadas na casualidade interativa entre a fundação da mente e o preparo na motivação do intento.

Quem sabe, tal desfecho tenha a ver com a percepção de nossa própria identidade e do que é distinto de nós no sentido do que nos define e é constituinte em nossa autoconsciência?

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 01/03/2018
Reeditado em 01/03/2018
Código do texto: T6267478
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