PREVISÃO

Tradicionalmente reservamos um momento introspectivo no Ano Novo, quando olhamos para trás buscando descobrir onde o esperado deu errado, e como conseguir concretizá-lo no futuro.

Numa época em que margeamos o erro de confundir a memória com o armazenamento digital, e novas ideias submergindo outras perspectivas de olhar para o mundo humano com uma nova cultura científica numa luta pelo futuro que ocorre não apenas em círculos privilegiados, mas no ambiente público, a motivação para uma profunda tentativa previsível do futuro é justificada na desproporcional violência dos últimos séculos e a nova capacidade do homem para destruir a humanidade e o eco sistema do planeta.

O ser humano vem, há alguns séculos, empenhado num esforço sistemático para descobrir e entender o essencial da compreensão da Natureza, procurando amenizar a miséria e o sofrimento, adquirir melhorias no conhecimento e auto sustentação.

A imaginação, erudição e a presumida clareza do homem buscando na filosofia, na fé e na ciência, que confundem enquanto nos guiam, no encalço das questões da sobrevivência humana contingente entre a educação e a catástrofe, produzem decifrações que soam como poemas científicos à incerteza, carência e dúvida em um mundo ameaçado por convicções desvairadas e cegas.

Arriscar avaliar o futuro, quantifica a incerteza e o risco, mesmo que tivéssemos uma formulação matemática para explicar por que tinha que haver quatro forças na natureza, e existisse apenas um conjunto consistente de leis físicas para desvendar as regras fundamentais que governam o cosmos em sua escala mais elementar, e uma teoria única que explicaria tudo o que vemos em um nível fundamental, para dar sentido ao universo e responder às grandes questões.

Talvez, diante dos erros e inconsistências existentes sobre a expansão do universo à evolução, da acepção da ciência ao desempenho do cérebro humano e ao critério de valor da narrativa histórica, devamos corrigir nossos pontos de vista. Quem sabe, a física não deva ser considerada além de uma ciência ambiental, e que as leis da física não sejam princípios essenciais nem reflitam uma ordem fundamental subjacente de alguma forma antecipada por princípios de harmonia e graça, e que a vida não seja preordenada, pois, catástrofes ambientais e acidentes cósmicos acontecem em todo universo.

Nossas vidas passam por experiências e mudanças boas e ruins. Muitas vezes bloqueamos lembranças desagradáveis que nos fazem reviver a sensação de acontecimentos negativos. Pois, nosso pensamento passa por uma distorção, para reter a memória de acontecimentos ocorridos que se justapõem num relato retrospectivo constrito, interditando nossa percepção apropriada do passado. Assim, mesmo reconhecendo os riscos e perigos voltamos a cometer os erros anteriores, repetindo a história, por que nossa cognição não parece ter um grande impacto em nosso comportamento.

Olhamos para o espelho convencidos de que estamos enxergando à frente. Era esperado que a Primeira Guerra Mundial resolvesse circunstâncias de caráter beligerante, econômico, político e social do inicio do século passado. Todavia, a situação não foi devidamente trabalhada, resultando na Segunda Grande Guerra. Atualmente, diante da multiplicidade de terríveis ocorrências conflituosas de uma diversidade de problemas mundiais aparentemente insolúveis, muitas vezes parece que o mundo está à margem de um inevitável conflito bélico de proporções inestimadas.

Em nossa introspectiva retrospectiva, devemos nos capacitar com a coragem de resistir ao nosso próprio conhecimento e questionar nossas razões em fazer e refazer nosso pensamento e atos.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 04/01/2018
Reeditado em 04/01/2018
Código do texto: T6217097
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