AMOR E EGOÍSMO
Baseado nas observações de “a primeira impressão é a que conta”, “amor à primeira vista”, entre outras, refletem a impressão recebida quando se ver alguém pela primeira vez. Isto sugere que nos interessamos pelas regras, pelos fatos, pelo coração, ou pela pessoa?
Porém, é realmente a primeira impressão que vale mais? O que comumente acontece quando estamos do lado de fora de uma sala que não conhecemos, e ao entrarmos, um conhecimento e experiência muito diferentes nos desperta para outra impressão, às vezes, melhor do que a anterior?
Muitos escolhem o sofrimento, por que a mente continua arrastando-os de volta para um passado doloroso, por acreditar que merecem sofrer, e se punem. Contudo quando aprendemos a nos conhecer escolhemos a liberdade de pensar, agir e viver bem.
O sentimento reside em nós, e quando amamos dentro de um condicionamento sem autoconhecimento, não podemos entender e amar outras pessoas. É o autoconhecimento que nos leva à verdade, a liberdade e ao amor.
O relacionamento e o amor como um compromisso espontâneo e aceito, são relevantes para as pessoas, pois aborda e supera o ego, o que não nos impede de amar outras pessoas, sem possessividade, pois é um compromisso com o amor.
Isso não representa a total liberalidade e ambiguidade em outros relacionamentos, muito menos significa insensibilidade, pois não é possível realmente amar alguém e ficar emocionalmente e romanticamente ligado a ela na mesma modalidade que em outras interações de amizade.
Podemos nos comprometer com alguém, que requer muito mais altruísmo do que ser um andarilho espiritual solitário evitando o apego, e simplesmente se responsabilizar por amar alguém, através de desafios, através de alegrias, da confiança, e, ao mesmo tempo apreciar outras pessoas transcendendo o egoísmo e o capricho. Pois, o amor precisa de ternura e de apego, sem dar lugar ao sofrimento e a insegurança no relacionamento, para que o sentimento dure, amadureça e se aprofunde.
No amor, podemos dar, receber e crescer, nos refinando na dança em par com as necessidades do coração e alma de quem amamos. É impossível conviver com a verdade no falso! Para isso acontecer precisamos ter o autoconhecimento abrindo espaço para que o outro, também, seja verdadeiro.
Muitos definem o amor como um desequilíbrio químico, um vício ou, uma obsessão derivada de uma realidade baseada no medo de estar sozinho. Na verdade, em nossa realidade interior, só temos a nós mesmos como companhia. Porém, essa “morada” não tem grades e devemos ser abertos e livres no momento para o outro e para a vida.