O PROPÓSITO E A INVOLUNTARIEDADE

Além da dúvida e do mistério não justificar nossa vida como um meio para o objetivo de outra existência, e não termos sido preservados e resguardados da natureza, uns dos outros e de nós mesmos por nenhuma divindade, é um prenúncio de maturidade social nos responsabilizarmos por nós mesmos.

Carente de uma análise detalhada, está evidente que não chegamos a um acordo que resolva os vigorosos problemas de consciência e mente que torna drástico ponderar sobre as bases para uma vontade livre responsável e no ganho evolutivo do desenvolvimento da consciência. Porém, como podemos afirmar que temos vontade livre, se não podemos evitar nossa própria morte, um dualismo que assombra a compreensão científica da consciência e do livre arbítrio?

Estamos atravessando uma revolução causal e conceitual desconhecida do meio científico comum por falta de novos aparatos e sem a mesma relevância em torno do tema da inteligência artificial, entre outros, com várias ramificações no modo como os cientistas percebem sua participação e como se orientam sobre questões que até pouco tempo eram entendidas como de ordem metafísica, que atualmente são formuladas matematicamente e estão sendo resolvidas como teorias probabilísticas.

As realizações de curto prazo de nossa vontade e desejos não revertem o desfecho inexorável e involuntário do término de nossa existência. A despeito de num determinado momento sentirmos que fazemos escolhas, na verdade, não é isto que ocorre, pois, de acordo com o conceito do determinismo de nossa natureza material, toda a matéria e energia no universo, incluindo o que está no nosso cérebro, obedece às leis da física, implicando na extinção de nosso livre arbítrio de comportamento limitado por nossos genes e o meio ambiente.

É extremamente difícil crer que não há vontade livre, por que muitos argumentos causais não são conhecidos ou, intelectualmente inacessíveis para pensarmos espontaneamente sobre as consequências comportamentais de tudo.

Essas argumentações parecem demonstrar que não há coerência no que fomos ensinados a acreditar. Contudo, para alcançarmos um entendimento da diferença entre a reflexão abstrata e um pensamento concreto, precisaríamos saber em que dimensão está a incoerência, uma questão impossível de responder. Sendo assim, é possível ser intelectualmente honesto sobre a questão do livre arbítrio e preservar a saúde mental ao mesmo tempo?

Entretanto, dependendo de nossos estados mentais, cometemos atos propositais e involuntariamente, e nosso julgamento caracteriza a preferência, a crença e a moralidade contida na conduta humana, demonstrando que existe uma habilidade de escolher limitada pelo tempo. A vida surge, supera e finda no tempo permitido pela casualidade regida por leis que superam nosso entendimento.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 25/11/2017
Reeditado em 26/03/2024
Código do texto: T6181491
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