Desertor
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Neste simples e repetitivo pensamento,
um jeito de contar o nada que significa um ser
Nada de excepcional,
Apenas apagaram com gelo, as chamas daquele coração
O brilho das folhas foram trocados por garranchos secos.
Feito abandono da alma que peregrina sem direção.
Pensamento tolo, que fala das noites
Onde a ave solitária aos poucos ia pousando, sem um canto acolhedor,
Que desleixo do tempo, que descaso com o amor.
Do outro lado da fantasia ...
No silêncio de quando em quando, quebrado pelas ondas,
que tão frágeis jogavam as suas lágrimas na areia,
Via-se os rastros de um amor feito desertor
No dito mar dos piratas, das sereias e dos sonhadores,
Agora era só um mar,
de onde não se avistava exuberância, esperança nem cor.
Num futuro próximo, tornaria-se quiçá!
Uma lenda triste,
Contada por pescadores, nas calmarias,
Mares de noites sem luar... Sem um lindo final feliz,
Sem o frenesi que causam os grandes amores.
_ Liduina do Nascimento