Da minha janela
Da minha janela... De você, eu me despeço.
Pedi, sem nenhuma pretensão;
_ Fale-me
Só um pouco sobre você.
Mas, para que? Nada precisa dizer...
Escreva somente um poema,
Nele
Descubro os seus mistérios,
Ninguém escreve o que está no outro.
Na escrita, está tudo,
Tudo o que você com ingenuidade,
Tenta disfarçar.
Agora o seu silêncio se fez pouco.
Eu conheço,
Já aprendi muito do seu coração,
Mesmo que não queira, o que sei me basta.
As minhas mechas me forçaram à compreender,
Daqui da minha janela, à muito
Sei o que de mim se afasta.
Nada mais há em você que chame a minha atenção.
Da minha janela, eu percebo tudo.
Sabe, me fez feliz e sofrer demais.
Mas não. Não é feliz, sei.
Às vezes de tanto desprezo que sente, você fica mudo,
Não da minha parte. Não me contento com isso.
Nem com àquelas tantas insuportáveis reticências.
É a vida que segue, ah como segue.
Quem sabe numa nova paixão,
Você não resista ao amor, e dessa vez, se entregue.
__ Liduina do Nascimento