POR QUE SOMOS?
Seres autônomos destinados à natureza solitária, nascendo sozinhos, vivendo de dentro sozinhos, morrendo sozinhos na busca pelo ideal, apaixonados por nós mesmos refletidos no outro, sobreviventes no cotidiano.
Nossa capacidade de aprender, pensar criticamente e questionar tudo não é para entender os mistérios da vida, especialmente o mais central de todos: descobrir por que nascemos. Parece supremamente injusto ser dotado de inteligência e perdido sobre as razões de nossa existência. Será a aceitação dos mistérios a afirmação da fé, a anistia para os deslizes e o caminho para a Revelação?
Pouco de nós teve a fortuna de pais iluminados que nos ensinou a pensar abstratamente, desapropriando os pilares da educação convencional. Pois, a maioria de nossos pais nos ensinou o elementar, além de nos alimentar, vestir e nos enviar à escola. Entretanto, a reunião de saberes apanhados no decurso de nossas vidas talhados à sobrevivência e à autossuficiência, nos equiparam no discernimento prático e dotaram nossas mentes a divagar nas possibilidades de ser e estar.
Embora não tenhamos as respostas essenciais, podemos criar e deixar vestígios de nossa passagem, seja num ensinamento, num exemplo ou num feito construtivo, para que não desapareçamos completamente no tempo da memória dos que ficarem. Dessa forma, estenderemos nosso surgimento relembrado além de nós mesmos.
Devemos, então, construir no momento, cientes que a nossa história não pode ser contada no presente, mas, as lembranças futuras, que podem ser íntimas e espirituais, nos premiarão pelos enfrentamentos do passado.