Anonimato.
Olhos que não me veem;
Lábios que silenciam palavras;
Braços que rejeitam envolver-me
Como é triste o anonimato do meu ser diante destas partes tuas
Destas partes, tão acessíveis aos demais.
Mas estranhamente me embalo nos colos do invisível
Estranhamente adormeço por ali.
Passo a sentir-me confortável como este ser inexistente
Pois ele nunca sofreu
Ele nunca teve que viver com a dor de nunca mais beijar-te
Já que nunca beijou
Ele nunca sofreu por querer mais que uma transa casual
Já que nunca transou
Confortável anonimato, envolva-me em teus braços
Proteja-me desses olhos que veem,
Desses lábios que além de falar também beijam
Sinto o abraço quente do anonimato, descanso não reajo.