Volto ao meu mundo deserto



Com os pés fincados no chão, sem saber ao certo o que é alma,
você procura a saudade e não mais encontra.
Procura abrir as cortinas do horizonte cintilante e se contenta
com uma tarde cinza.
Olha para a estrada que lhe chamava de louca
e não percebe nela paisagens coloridas.
A estrada era uma ilusão somente.
E o vulto, a suposta voz que você costumava ouvir,
se torna meio engraçada a dor, friamente, você caminha só.
E de rastros você só percebe os seus, ' voltando-se...

Se há alma já não flutua, nada é intenso, o céu está lá,
continuará lindo seja de qual cor esteja, para os que amam.
O sol sim, esse queima intenso ressecando a sua pele.
A lua? Ah será a mesma lua,
continua com seu clarão linda sobre a terra.

As viagens literárias são evasivas,
Enfim, há bifurcações, você escolhe o que quer seguir,
volto ao meu mundo deserto.
Nada mais inspirador que as durezas da vida, o frio, a fome,
o desabrigo, a desigualdade, a ambição de alguns homens,
acabando com a esperança da nação.

Se eu faço a minha parte, se eu vivo a minha vida,
É meio caminho andado para não contribuir com a miséria do mundo.

Um dia desses, te sentia estrada, fiquei no caminho.
Te sentia  mar, afogava-me,
Pisava nas nuvens noturnas te procurando nas estrelas,
O que me restou, nem as fantasias, só um coração amargurado.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 24/06/2017
Reeditado em 24/06/2017
Código do texto: T6036245
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.