ACEITAÇÃO

Atrás do pensamento debate-se o homem perdido entre a certeza da religião sem provas, e as provas da ciência sem certeza, em sua ideação buscando o alívio na convicção, a esperança na liberdade, o instante e as sensações no momento, findando enclausurado nas grades da razão.

Num mundo de interpretações, onde nossas maiores verdades são nossos erros, nossas certezas são mais danosas a verdade do que as mentiras.

Piscando como um vaga-lume na escuridão, a religião institucionalizada torna em heresia desacreditar de sua convicção sem provas, enigmas insondáveis, absurdos convertidos em mistério divino, condenando quem buscar provar a inverdade de uma ideologia medieval em busca de um sepulcro vazio, que aniquila o espírito da fé e desnorteia o rumo do homem.

Não posso afirmar, que, em meio ao medo e as dúvidas vividas pelos humanos nos primórdios da humanidade, a acomodação criou os deuses. Mas, deve haver Um, único e atemporal, pois, apesar de não ter nenhuma intuição clara, acredito numa entidade divina que possui existência necessária cuja essência e existência são idênticas, porque sua natureza é existir. Não posso, meramente, contemplando essa extraordinária concepção ter provas de que ela exista. Porém, deduzo, que sem a sua existência o universo teria que ter causa própria com fases sucessivas ligadas umas as outras. Porém, isto não eliminaria a necessidade desse Ser, pois não haveria nada para dar existência ao seguimento dos eventos como um todo.

Em sua busca pela felicidade o homem confunde a inversão do mal com o bem. A multiplicidade de conceitos religiosos fomentadas pelas várias escolas de pensamento estagnado do cristianismo popular, sujeitos às inúmeras denominações religiosas ploriferando mundo afora que tentam criar uma impossível democracia entre suas igrejas e o Criador, a prevalência da secularização e a privatização da crença acomodando o pensamento religioso, vêm cada vez mais, fragilizando o cristianismo original em meio a uma cultura secular, aniquilando a razão, distorcendo a fé, e ao mesmo tempo, propiciamente, abrindo espaço para o cristianismo remanescente.

Decerto, que o fundamento da fé transcende as palavras dos homens, apesar da convergência de muitos fatores estarem destruindo a fundação moral e ética da sociedade atual, desde a secularização, que revelou percepções que desmitificaram os conceitos sociais, a multiplicação de visões paralelas de mundo, acessíveis, que levou ao absolutismo do relativismo sobre o certo e o errado e, consequentemente, o finamento da razão, a própria hipocrisia de muitos fiéis à reflexão lógica da crença.

Duas escolas de pensamento argumentam sobre o surgimento da vida, a Criação e a Evolução. A Evolução, sendo, apenas, um processo com limites, nada explica, a não ser o próprio conceito e promove argumentos sobre a mutação. E esse tipo de anti-intelectualismo que está sendo ensinado nas escolas, simplesmente não é verdade, pois até a atualidade nunca foi encontrado fósseis de transição que mostram o desenvolvimento de uma espécie em outra espécie, nem qualquer outra forma transitória de seres em estágios intermediários entre transições importantes na conformação orgânica que prove tal teoria. Pois, nenhuma metamorfose ocorre sem as instruções da codificação do DNA. Portanto, a evolução não tem poder criativo.

Quanto à Criação, de onde se originaram estes organismos de inteligência molecular? A concepção sobre a espontaneidade, o fenômeno da bio informação e a auto-organização é a união do princípio máximo de ação que é a nossa vida, um conceito intermediário compartilhado por muitos, que pensam o significado da origem e eclosão da vida, meramente como a fusão de componentes materiais, e a morte, simplesmente, como a separação desses componentes.

Deus não deu ao homem o entendimento da verdade, e em nossa vã filosofia, só podemos devanear sobre nossas impressões, pressupondo que a unidade absoluta da vida é afirmada pelo desígnio singular da verdade, que, como o conhecimento, não é um fabrico criado ou definido pela mente humana, nem assimilado pelo intelecto e, atesta a irrealidade das características das coisas. Da mesma forma, a fala do íntimo, através da qual é proferida a oração, não é revelada por louvor, assim como, o que compreende o pensamento, não é assimilado pela consciência nem distinguido pelos olhos, ou, escutado pelos ouvidos.

Porém, sabemos que o amor, a única lei na vida, aviva a quem ama, e no final, a realidade sobreviverá à descrença, porque Yahweh é a paz, o amor é a crença, e a religiosidade em nossa vida, caminhando paralelo à razão, é a liberdade!

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 22/06/2017
Reeditado em 26/07/2017
Código do texto: T6034305
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