NUM INSTANTE ORDINÁRIO A VIDA MUDA
Numa manhã comum de sábado, ao lado da ampla janela da cozinha ele sentou para tomar o habitual café, e o impensável ocorreu.
Entre goles, levantou os olhos para o céu, e com gestos desordenados, se moveu.
Na duração fixa de seu olhar surpreso e confuso, e alguma comoção, havia atravessado o portal para o desconhecido em meio à natureza ordinária do que lhe rodeava.
Tinha acontecido, rapidamente incorporando e absorvendo a todos presentes, impedindo que acreditassem na súbita mudança do estado da realidade como se não houvesse nada de incomum nisso! Há pouco, ali estava rindo e conversando em meio à refeição, e já não era mais!
Em momento algum, dado à natureza habitual da rotina costumeira daquela manhã de sábado, ninguém esperava tal desfecho!
Foi inesperada e impressionante a súbita compreensão de que tudo começa num choro e termina num suspiro e, que no meio da vida estamos na morte.