ENTRE A CRUZ E A ESPADA
Apesar da recente ingloriosa ditadura, condições remanescentes de uma democracia embutida numa republica federativa, onde não somos mais torturados ou fuzilados por expressar uma opinião legítima, e parlamentares motivados pela cobiça e ânsia de poder continuam, ainda, influenciados pela opinião pública.
Obviamente, olhando desconfortavelmente para o mundo desagradável que herdamos confrontados com a situação deprimente da economia que impede muitos a possuírem uma moradia e um transporte próprio, da insuficiente segurança social e do desleixo daqueles investidos no encargo de defender e produzir os interesses do cidadão, sabemos que, para muitos que não têm o espaço para concentrar suas expectativas em casas, carros e empregos, a realidade é muito pior e limitada à possibilidade elusiva da próxima refeição.
Num sistema onde as demandas eleitorais são percebidas por aqueles que impõem a efetividade de benefícios a eles auferidas, compatível aos seus suportes donativos, as questões por eles levantadas trazem possíveis mudanças unilaterais.
Para a maioria desprivilegiada, que não pode mudar a realidade, resta a conformação e a adequação aos resultados impostos.
Porém, para o indivíduo determinado, a mudança em seu comportamento relativo à existência, pode, contraditoriamente, alterar sua realidade.