A tela da nossa vida
A tela da nossa vida
Quantas vezes repeti e passei
A tela de toda a minha vida.
Os sonhos que sonhei desfilei
Nesta estrada larga e comprida.
Nas luzes da ribalta da ilusão,
Fiz desfiar os meus fracassos.
Recordações longas que lá vão
Com várias tristezas e abraços.
Luzes acesas em semi-escuridão,
Recordar passos da vida a valsar.
Abraços dados com certa lentidão,
Mas são sonhos dos abraços a dar.
Como sonho meu em cãmara lenta,
Vendo ao longe a figura bonita.
Sonhos de poeta que os enfrenta,
Neste compaço de valsa infinita.
A noite longa está a terminar,
Sonhos desfeitos por caprichos.
Mas a noite após noite a sonhar,
Figuras conhecidas em nichos.
Momentos alegres ou de tristeza,
Fazem o meu pobre coração pulsar.
No sonhar está a vida de certeza,
Mas que terminam logo ao acordar.
Agradeço a Deus poder recordar,
Nesta estrada da minha vida.
Inda que a morte chegue devagar,
Mas após a morte o ser não finda.
J. Rodrigues (Galeano) 25/04/2017