VALOR DO TEMPO

A angústia contida no desejo de perpetuar sua estância temporal no mundo, projeta o homem ao futuro incerto, priorizando o que está por vir além de sua presença no momento.

Não há um pretexto racional ou lógico para o critério diferencial na relevância conferida ao futuro sobre o passado, assente pela humanidade, como se o decorrido fosse nada, e o porvir fosse tudo, sem resultado consequencial coerente.

Os idos tão valiosos, reais e substanciais, inegáveis na boa-fé e na estimativa da vida humana, considerado indigno de um momento, porque deixou de ser e, portanto, sem mérito na escala do bem ou do mal, diverso do futuro relativo ao destino que, ainda, está porvir e julgará o presente. Contudo, nunca foi nada!

Dependente de um sentido temporal estrito e positivo, dado à sua qualidade assimilada, o presente possui seu momento sensorial percebido, o que não justifica a distinção entre o passado, que tem uma justa e sensata validade, e o futuro, que representa, somente, uma existência a ser, remota e liberada, útil, apenas, para estabelecer uma referência do que poderá acontecer, possuindo unicamente a expectativa do destino longe no tempo e/ou no espaço, sem consistência para ser aplicada com relação a estabelecer a preferência sobre a história fundada. Pois, no olhar da mente, não fossem contidos no pensamento e sentimentos, o passado e o futuro seriam considerados ideais da memória e do ensejo humano.

O futuro, sobre o qual nos angustiamos, não aconteceu nem contribuiu para a construção da realidade, invalidando sua incorporação à existência real no decurso da história, contrário ao passado que ocorreu e deixou sua influência no curso dos acontecimentos validados além da possibilidade de dúvidas.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 23/04/2017
Reeditado em 28/05/2023
Código do texto: T5978916
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