Pensamento, N° 1. "Escravidão Mental"
O Homem é livre. Possuidor da própria liberdade. O grande erro é que ele apenas a usa através da permissão de alheios, limitando seu real desejo. Portanto, ele enfeita sua liberdade; prostituindo e disfarçando o seu Ser-Livre.
A liberdade do Homem Comum é limitada pela sociedade, fazendo-o sentir angústia e cansaço de tudo. Como um pássaro preso na gaiola, onde é privado daquilo que é seu habitat, mas não usufrui, senão, por um mecanismo de água e comida escassa, concebidas por um indivíduo "superior" a ele. Mas é necessário, o pássaro, permanecer preso numa gaiola que não é sua? Há, de fato, algum direito de termos a liberdade tomada e vendida? Veja bem: o Homem é tão livre quanto um corvo mas ele mesmo, que sente angústia, inventa uma prisão para a própria liberdade, e permite que outros o amarrem coleiras ao pescoço. E ele passa tanto tempo acorrentado, que, ao invés de agitar-se e quebrar as correntes, ele é treinado para morder e arrancar a liberdade de quem ousa expô-la, por puro isolamento e inveja.
O Homem Moderno, quanto menos ração recebe, mais exasperado e angustiado torna-se — Ou tornar-se-ia mais estúpido e neutro?
O Homem nada mais é do que um animal domesticado e treinado por outro animal. O mesmo só permite-se a revolta quando privam-lhe ração. O Ser é desencorajado desde cedo a não dar importância à importância, assim, os donos não terão que responder perguntas claras e bem desenvolvidas.