PONDERANDO POSSIBILIDADES
É preciso disciplina, mantendo os princípios essenciais do trabalho interior, para pensarmos com clareza e profundidade ao ponderar sobre as questões essenciais da razão de ser e estar, a essência da mente humana e a possibilidade da autonomia do livre arbítrio, entrevendo uma definição dos limites do que somos capazes de saber com confiança, ou, ideando argumentos para um diálogo que ligasse teologia, ciência e filosofia, entre outras perguntas de valor desconhecido, buscando um caminho para sair dessa regressão infinita e chegar ao nó dos conceitos.
Com a incerteza no centro da vida intelectual e criativa de toda uma cultura, carecemos apresentar os argumentos de maneira tridimensional e realista com impressões reais com a finalidade de apreciar mudanças abruptas e também, imperceptíveis, que nos levaram para o mundo que passamos a aceitar, e nos impressionamos ao entender o enraizamento de nosso feitio moldado por nosso ambiente formativo, não simplesmente numa atribuição da personalidade, mas da confluência de nossa pessoa, do lugar e do tempo em que vivemos, que nos prepara para buscar e entender, dentro e fora de nós mesmos, o que merece ser descoberto.
Não sabemos com precisão como e quando nossa espécie fez-se presente na Terra, nem dos detalhes de como nos assentamos, provavelmente espalhados em pequenos grupos aprendendo a prover nossas necessidades básicas e desenvolvendo uma linguagem de construções lógicas. Podemos imaginar as rotinas diárias de nossos ancestrais, como organizavam suas sociedades, seus relacionamentos íntimos e nucleares, se tinham religiões, revoluções e guerras que nos trouxeram da idade das cavernas a era do capitalismo e da engenharia genética, mudando nosso ambiente, nosso comportamento, nossas sociedades, moldando os nossos corpos e nossas mentes.
De várias partes do planeta se espalharam, domesticaram animais e cultivaram plantas, ao mesmo tempo em que deixavam a caça e começavam no labor do desconforto e da prosperidade de produzir o alimento através da agricultura que, também, os pacificou.
De pequenos agrupamentos tornaram-se em clãs, tribos, vilas, cidades, reinados e impérios, concordando com valores, normas e leis que os levaram à formação complexa da sociedade com suas divisões de raças, etnias e gênero, ao mesmo tempo em que conheciam a desigualdade social, o preconceito e a injustiça na criação de culturas e sociedades diferentes que trouxeram comércio, imigração e imitação, também, envolviam relações complexas, conflitos e guerras, progredindo para o fortalecimento das conexões entre sociedades unidos em uma única sociedade global através da religião, da ciência e da tecnologia.
A destrutividade do ser humano desde a idade da pedra aos tempos atuais, devastando a ecologia, aniquilando fauna e flora, destaca-se em sua atitude cruel em larga escala no seu tratamento dos animais na agricultura moderna.
Séculos de grandes descobertas, revoluções, desenvolvimento científico, imperialismo e capitalismo tornaram possível a revolução industrial, que criou sedições e revoltas permanentes em constantes mudanças sem um padrão estável.
Ironicamente, o sistema pluralista universal de confiança mútua representado pelo dinheiro e da mais bem-sucedida religião, o capitalismo, conhecida como a teoria econômica, e todo o progresso e desenvolvimento humano não nos fez mais felizes do que nossos ancestrais.
Avanços científicos e tecnológicos sem precedentes, habilitando o ser humano a transcender os conjecturados fundamentos da seleção natural que regem a vida na Terra, capacitando-nos a planejar nossos corpos, nossas personalidades e nossos desejos, influenciando as tendências e o futuro da sociedade e da cultura.
É provável que a tecnologia nos leve a uma nova evolução, moldando e tornando mais confortável nossa vida cotidiana com inovativas invenções, e torne as fontes provedoras da sobrevivência humana autossustentáveis, tendo sua influência inclusiva no campo da medicina, antecipando e eliminando patologias, prolongando a longevidade do homem.
Sua utilidade como uma ferramenta útil e uma plataforma para o avanço do conhecimento, está estabelecido. Mas, devemos usá-la cautelosamente como um acessório, evitando a dependência excessiva e nos precavendo de seus efeitos negativos, não tornando-a numa necessidade, lembrando que desejar e precisar são conceitos distintos, pois, sendo uma criação do homem, não tem nenhum poder de conduzir-nos em tudo e, deve permanecer sob o controle do homem.
É inegável e inevitável que a ciência e a sociedade evoluam paralelamente, e os modelos de interesses dos governos e suas prioridades, fundamentados em novas percepções da função da ciência na sociedade e nas iniciativas estratégicas da segurança nacional, denotam a intenção expressa de obter mais esforços nessas áreas sem torná-las totalmente exclusivas.
Diante dessas possibilidades, resta-nos, tentativamente, ponderar sobre o futuro do homem na sociedade e as implicações nas relações subjetivas dos relacionamentos interpessoais.
Porém, não se pode prever o alcance das particularidades da nova ciência e tecnologia e sua influência detalhada na evolução social futura.