AUSÊNCIA DE PERCEPÇÃO
É um sentimento alienante que emerge quando vislumbramos o mundo em uma escala entre o que pensamos da realidade e a ilusão. É desnorteante nos exaltar com algo que não faz parte do mundo que entendemos, antecipando que todas as repostas que encontramos estão fadadas a serem contestadas.
Habitando a Terra condicionados à impermanência em meio à tantos fatores detrimentais da atualidade, aprendendo a permanecer conscientes, impactados pelo desinteresse imprudente institucional e nossa própria ignorância em assimilar a amplitude da aprendizagem em nossa limitação de disposição espiritual para buscar com racionalidade pensar o ser humano e elucidar os mistérios da natureza, buscando entender o conceito amplo das questões simbólicas e concretas e lidar com o desalento da mente em ocupar-se com o pouco que sabemos que oculta a imensidão dos enigmas nas fronteiras do desconhecido, considerando nossa insignificância no universo numa procura de dualidades exaustivas e sem fim, que conjuntamente a ciência e a religião, mediadas pela filosofia, buscam explorar e esclarecer refletindo o paralelismo em suas diferentes perspectivas sem respostas conclusivas, simultaneamente esforçando-se numa reconciliação dessas duas abordagens frequentemente contrariadas pela ansiedade humana no interesse do significado e da verdade.
Desde tempos imemoriais, o homem busca o sentido da vida e os segredos do mundo, e como usar esse saber para guiá-lo em suas decisões, mas, criando explicações diferentes, confusas e falsas para justificar a razão de tudo, motivando alguns a perceberem e ponderarem a respeito da potencialidade dos seres humanos, abrindo espaço para o questionamento sobre que caminho tomar para descobrir o significado das coisas criadas no universo, levando a descobertas importantes através da história.
No princípio da evolução do homem e da vida inteligente, o tempo está em seu favor. Mas, impacientes, buscamos a convicção onde não há certeza, acreditando sabermos, como uma afirmação de fato, fundamentando nosso comportamento e decisões em informações inconclusas sobre nós mesmos e o mundo, vivendo sem saber. É imprescindível questionarmos, e a pergunta é o preâmbulo para a aprendizagem e, sem a dúvida, não há progresso nem conhecimento, sendo necessário unirmos o conhecimento e a filosofia para melhor entendermos nossa existência e evitar nos aprofundarmos numa perspectiva inflexível do mundo.
É lamentável que, apesar da competência humana com algumas importantes realizações materializadas e desejos superados na atualidade, considerando as conquistas sociais e os avanços da ciência na sociedade moderna, compararmos nosso desenvolvimento e prosperidade com as expectativas daqueles que vieram antes de nós, existindo uma tendência de considerar atrasadas as pessoas do passado, sem perceber a similaridade dos propósitos e das aspirações, ainda não concretizadas, que possuímos hoje, devido à incoerência de percepção e vontade em objetivar nossa busca pelo conhecimento prático, e a ignorância cultural do mundo em que vivemos, por não observarmos que o desígnio do conhecimento é contemplar e ponderar sobre as maravilhas da natureza ao nosso redor, para obter uma imagem mais consistente do mundo.
Essa concepção formada por preocupações inválidas de pensadores insensíveis às aspirações e conceitos passados e, ainda, existentes e irrealizados em nossa sociedade, perpetua a lentidão do desconhecimento atual, numa sociedade moderna com tanto conhecimento disponível inexplorado.
As questões devem ser observadas e analisadas no âmbito das incertezas facultadas, pois a ciência não é exata e consiste na aproximação de diferentes graus de afirmações evidentes sobre a possibilidade do objeto ser verdadeiro ou falso.
Contudo, a relutância do pensamento, é um dos maiores obstáculos para o crescimento do conhecimento e o desenvolvimento progressivo numa cultura da certeza, submetida a determinadas condições para aceitar e compreender as respostas, alheia a sua estupidez e a significância de acolher a incerteza como preceito crucial para observar a natureza e o desígnio da ciência e do raciocínio crítico para a compreensão de como as coisas ocorrem.