CARINA

Vivia pelo mundo

De mar calmo a mar revolto

Onda vinha, onda ia, navegando de norte a sul, leste e oeste sem parar

Eu no tombo do navio e no balanço do mar, olhando a terra distanciar

Dos meus olhos aquele novo rosto

Que no pouco tempo busquei gostar

Não sabia se ia voltar enfrentando as tempestades

Levando no peito a saudade daqueles lábios

E do calor do arrocho daqueles braços a me apertar

E assim seguia minha vida nas rotas que ia navegar em mares de outros oceanos

Sob outros céus de chuva ou sol

Sem saber onde ia aportar.

Talvez em outros braços repousaria e encontraria o consolo das lembranças que deixei por lá

Tendo as espumas como os dias, passando sem voltar e deixando pra trás os respingos ao vento

Como a despedida do tempo dos curtos romances tão preciosos de lembrar

O céu azul nos olhos da loira, e o cinza das nuvens como o semblante triste daquela morena

Que fez-me ponderar o quanto era vazio o trilhar na vida do marujo caloso do sol, do sal, da chuva

E do destino de amar sem ficar

Balançando ao vento, enquanto quebravam as ondas, levando o pensamento a recordar

O sonho passageiro vivido em todos os cantos onde ia aportar, dos amores deixados por lá

Como as folhas secas ao vento que passavam despercebidas que outras verdes tomariam seu lugar

Te conheci por acaso, linda menina, entre minhas idas e vindas, sem saber como ia findar

Ancorei, e uma afortunada escolha foi perto de ti chegar

Mas, gostar de você foi além de mim, e decidi ficar

Velejando pelo mundo te encontrei

Gostei de você e fiquei

Para nunca mais te deixar

Agora, somos dois no mar

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 23/01/2017
Reeditado em 31/08/2017
Código do texto: T5890166
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