que fazer?

constituo igualmente um mistério para mim

que fazer com os cantos escondidos, sem audiência, traço infinito, não linear, á espera de codificação?

que fazer com os lugares sem iluminação, insulares,com os naufrágios, os bilhetes em garrafas que não foram ao mar?

que fazer com o inseto que vagueia a procura da lâmpada, de um pedido, roendo a corda, ziguezague que não finda, que fazer?

que fazer com as teias de aranha, sem essa, com as manhãs sem sol, os apitos de fábrica, a marcha dos operários em ordem?

que fazer, que fazer, que fazer?

insônia e rock'n roll, roer as unhas, as cordas, porão e não sótão, abstenção, caretice, espanto.

hoje ainda me penso antes do fim do dia, antes que amanheça e eu ainda esteja aqui