PONDERAÇÃO

Ao nascermos o tempo nos concede a consciência e a luz de um espaço a ser transcorrido e preenchido de momentos de vida útil, buscando uma conclusão aceitável.

Pouco sabemos do pouco que sabemos. Em geral, o homem é incauto e ostensivo em sua presunção de demonstrar saber, merecendo as surpresas que o tempo revela nas descobertas espontâneas que um ser exterior ao mundo, ironicamente facilita para alguém singelamente merecedor.

As ideologias modificam-se com o passar do tempo, e a duração do período entre a condição das coisas é, realmente, o que mais sofre mudança, e o progresso e novos achados da compreensão, com o surgimento de novas disciplinas e conhecimentos, amplia-se e se incorpora à cultura considerando o conhecimento anterior.

Todavia, a ocorrência de mudanças de ideias ao longo do tempo, não causa melhora no crescimento, mas, nos direciona a descobertas de grande importância.

Portanto, na ausência de autoridade do conhecimento concreto, não devemos nos render à arrogância e descartar princípios e saberes antigos, afirmando pensamentos que suportem que o suprassumo do bom-senso científico, contrário ao raciocínio comum e, as vezes, falacioso, que considera o argumento da Causa sem causa uma questão de caráter insatisfatório, defendendo que o universo não manifesta indicação alguma de um Ente supremo dirigente que impõe a morte e devoração de um ser para a sobrevivência de outro, da falta de conhecimento real sem base na observação, e a ausência de sentido no ser humano, em sua necessidade de acreditar e transferir sentimentos para seres imaginários, pois, segundo essa proposta, a fé é um preconceito e a religião natural, ou da Revelação, é uma superstição.

Quanta arrogância sem a posse do fundamento convicto de propriedade concreta! Quem somos, e o que conhecemos, para afirmar tal opinião?

Estamos experimentando a infância da humanidade, embora seja entendido que todas as áreas do cérebro são ativas e que têm funções determinadas. Mas, é lógico concordar que nossa inteligência está ligada à porcentagem do cérebro que utilizamos, não, ao mito de que só usamos 10% da capacidade do mesmo. Porém, compreendemos o suficiente para entender que pouco sabemos e não temos a noção e a autoridade de descartar o conhecimento anterior sem demonstrar sua incoerência.

O que sabemos origina-se do ambiente e programação que recebemos e, qualquer aumento de conhecimento posteriormente adquirido deve-se ao nosso esforço. Porém, a busca do saber é dividida entre os dois conceitos principais da origem do homem. Podemos eleger adotar uma das duas ideias e avançar em nossas especulações. Porém, nos falta a sabedoria de afirmar qualquer uma das versões, concretamente fundamentando nosso surgimento no mundo da vida. E, tanto a religião quanto a ciência estão empatadas nesse impasse!

Mas, como seres dotados de inteligência e sensibilidade, temos, nos níveis mais íntimos da consciência, a impressão inata da vivência de uma alma imortal em nós, que manifesta o sentido natural de que deve haver um propósito além de nossa natureza, conceito universal e condicionamento humano, que podemos atribuir ser emanado de um ser necessário externo ao mundo, Causador sem causa, que precede a tudo, quando o todo era nada.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 23/11/2016
Reeditado em 04/12/2016
Código do texto: T5832597
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