Os versos que me fazem festa
O poema chegou como uma brisa típica de outono ou como um sol de primavera.
Bateu na porta dos meus sonhos e entrou como sempre fez: trazendo vida.
Lê-los não era apenas tornar meu dia mais leve, alegre ou com ares de encantamento. Era tocar a magia, reviver os planos de musgos e vinhos em noites de lua e estrelas.
E ele veio assim, uma surpresa de rara candura, de indescritível clareza.
Logo quando eu pensava em singularidades, em detalhes destes que não possuem nenhum valor material, mas fazem toda a diferença.
Um poema na metade da manhã. Escrito em meio a tantos sentimentos, envolto em questões de superação, esperança, constatação e enfrentamento. Temperado ora com fel, regado ora com vinho, mas também com olhos de admiração e para sempre, um tipo raro de amor.
Trouxe nuanças de janelas abertas há tanto...
Da cor marcada em tardes, vestidos, mistérios, promessas.
Veio despido de pudores, vaidade, medo, desesperança.
Veio assim como todo poema de quem se quer e para quem ser quer deve ser: simples e pleno de beleza.
Com ele, os canteiros agradeceram as gotas frescas da chuva e da cara que ela tão bem representa. Um momento de fortalecer a crença, tratar a fé e se preparar para novas flores, novas colheitas.
E aquele que andava sobre tambores em águas turvas é mais uma vez o que muda as horas e faz a diferença.
Vou até ali, segurar sua mão, lembrar das esquinas, do tempo, do vento nas varandas das taças à espera, dos outros tantos poemas que ficaram em gavetas, dobras, livros e hoje finalmente encantam os dias, até os mais difíceis, pois assim se faz os alicerces do castelo e ele, amor meu, nem é de papel...
Vou até ali ver a cor amarela...
O abraço de para sempre no baile que não terá fim nem mesmo com as flores mais belas, ainda que sejam elas as prometidas de cristal...